sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Maratona de ensaios preparam músicos para show do dia 17/01


Por Stela Guimarães

Imagine-se no lugar de um músico submetido ao desafio de montar um show com uma banda 'desconhecida', feita de pessoas com estilos musicais muito diferentes. Some a isso a necessidade de executar um repertório totalmente adverso ao que você está acostumado a interpretar: 23 marchinhas de Carnaval (algumas inéditas na sua vida). E tudo tem que estar pronto em menos de 15 dias.

O cenário descrito parece seguir o roteiro de algum tipo de reality show, mas é a realidade de quase 20 músicos de Jacareí (SP) que dispuseram de seu tempo em prol da solidariedade aos moradores -e artistas- de São Luiz do Paraitinga.

O resultado desse movimento será apresentado no show "Nem todo Carnaval tem seu fim" programado para este domingo (17), das 17h às 20h, no Clube Ponte Preta, em Jacareí (SP).

Parte dos músicos se conhecia, por conta do ofício, mas outros nunca tinham se encontrado mesmo vivendo na mesma cidade. O corre-corre inicial começou com a definição do repertório --exclusivo de marchinhas que embalam o Carnaval de São Luiz do Paraitinga. As músicas foram levadas por Camila Vasconcellos, a mais luizense do grupo de jacareienses que subirá aos palcos.

Para facilitar os trabalhos, o guitarrista Fabiano Coutinho patrocinou as partituras: contratou o arranjador Luiz Rogério Magrão para o trabalho. Foi necessário alguns dias para conseguir todo o material pronto, em função do número de músicas para serem 'decodificadas'. Durante os ensaios, foi possível ouvir o comentário de um dos músicos: "era mais fácil a gente tocar 'Mamãe eu Quero'". Mas o mesmo músico admitiu na sequência: "Mas se fosse 'Mamãe eu Quero'não teria graça".


As partituras 'chegaram' na segunda à tarde, no dia do primeiro ensaio, realizado no Estudio E! de Jacareí, que cedeu mais de dez horas de seu espaço para os músicos (entre eles, um dos sócios do estúdio, Fernando Venturelli, que deixou a guitarra para depois e assumiu percussão e voz nessa big band).

Cada um ajudou como pode. Célio Esmério trouxe mais duas backing vocals para reforçar o coro: meninas esforçadas, Thaís Marino e Maira Mantovani chegaram no segundo dia de ensaios e em pouco tempo sabiam todas as letras. Tatiana Baruel, que integra o coral Libercanto, decidiu contribuir para embelezar o coro: levou uma amiga regente de coral para ajudar na afinição do grupo tão heterogêneo.

Já Diego Oliveira (bateria)ajudou com o set list do show e virou uma espécie de porta-voz do grupo nas entrevistas (uma delas para a Rede Record).

O trompetista Anderson Delavequia abriu mão de seu 'primeiro instrumento' para assumir os teclados (além de ajudar alguns colegas nas marcações e compassos).
Fabrício "The Bills" Gaspar e Mael Souza, acostumados com blues e soul music, não se intimidaram com o ineditismo da execução das marchinhas de São Luiz.

O músico e compositor Alê Freitas pediu se podia dar um toque pessoal à interpretação, feita em meio à correria de sua agenda. "Eu canto assim, do meu jeito". E ficou bonito.

Também veteranos nos palcos da região, os cantores Tical e Cecília Militão soltarão suas belas vozes para São Luiz. Eles assumiram a condução 'solo' de algumas músicas ao lado de Tânia Reis, que agora só canta em ocasiões especiais para tristeza de seus fãs.

No terceiro dia de ensaio já era possível verificar os resultados dessa banda formada pelo espírito da solidariedade. Sob o som animador da 'metaleira' precisa de Dóris Mendes (sax e flauta), Júlio César (trompete), Jhoney (trombone) e Diego Siqueira (trompete) nenhum coração vai se esquecer da importância do trabalho em conjunto para manter viva a cultura de São Luiz do Paraitinga.









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